Olá
A verdade é que desde sempre estamos insatisfeitos com a nossa existência e, assim, permaneceremos. No entanto, precisamos ter em mente que a vida, como a conhecemos, só existe neste planeta. E, ainda que tenhamos o dom de transformar a ficção em realidade — congelando o passado em fotografias, evoluindo a ciência embrionária e, até mesmo, chegando a outros planetas ou migrando para o metaverso — como espécie, nunca nos sentiremos tão bem como em contato com a nossa superfície inata.
Simplesmente, porque somos filhos e temos a necessidade de continuamente retornar ao início, à infância, a casa parental. Diante disso, não me parece sensato chamarmos a destruição do planeta de evolução, porque não há progresso quando esgotamos os nossos recursos naturais para financiar, indiretamente, a nossa própria extinção.
E mesmo que, em breve, como é natural para os hominínios, não sejamos mais homo sapiens sapiens, neste momento ainda somos e precisamos resistir contra a nossa própria natureza agressiva que busca a destruição de tudo o que amamos. Precisamos lutar contra o mal que nós mesmos estamos causando ao nosso lugar.
Estamos beirando o irreversível e, ainda assim, não conseguimos escrever versos que nos façam compreender que há um limite para os nossos desejos. Precisamos aprender, urgentemente, a nos dizer quando parar, porque já estamos atrasados.
Este livro é um manifesto de amor e redenção. Você pode lê-lo por duas óticas: como um livro de uma jovem que tem problemas maternos e se apaixona por uma senhora; ou como uma declaração lírica e sensual da juventude à própria Terra.
Honestamente, eu espero que você leia-o da segunda maneira — porque, aqui, a senhora é a mãe primordial.
Jéssica Iancoski